29 de janeiro de 2007

Pra começar a conversa .....

A idéia incial é eternizar aqueles assuntos que antes seriam amplamente discutido com as amigas na praia, no barzinho, ou no banheiro da boite, mas que no corre-corre da vida atual, acaba passando batido já que não nos encontramos com a mesma frequência de antes, porque trabalhamos muito, estamos buscando filhos na escola, ou muito ocupados com uma rotina qualquer bem distante daquilo que um dia idealizamos para nossas vidas. Mesmo sem querer com isso dizer que não gostamos da vida que temos hoje, é consenso que ainda não caiu a ficha de como chegamos aqui.
Eu e minha amiga, com a qual estou repartindo este blog, estamos tendo a interessante experiência de morar juntas, 15 anos depois do auge de nossas vidas. E que auge!!! (Details to be unfolded over the next 15 years!!!!!!)
Nosso reencontro foi um acaso daqueles. Eu havia mudado do Rio aos 18 anos, morei em Los Angeles, Natal, Recife, São Paulo, Amsterdan, albergues na Europa, Amsterdan, quando me cansei e voltei ao Rio 10 anos depois, em busca de resgatar aquela sensação de chegar em casa, ainda que não conhecesse mais ninguém nesta cidade.
Mariana, havia mudado do Rio aos 19 anos para Montreal, atrás de uma paixão arrebatadora que começou em uma de nossas noitadas, no antigo Resumo da Ópera (Obs. Que entrega de idade!!! do tempo do toca-disco onde DJ era discotecário). A jornada não foi fácil, o Dinamarquês acabou que era casado e tinha dois filhos, mas eles acabaram vencendo todas as dificuldades, ele se separou e formou uma linda família com ela também com 2 filhos lindos.
Ela que nunca abandonou o Rio, e ao contrário de mim sempre foi uma amiga dedicada, conseguiu me rastrear e algumas semanas depois de eu ter me instalado na cidade e começado na faculdade e no novo emprego, chego em casa um dia e tenho a surpresa de encontra-la na sala de casa.
Foi maravilhoso!!! Saímos algumas noites para alguns lugares de nossa adolescência com um saudosismo sem fim, como se pudéssemos por algumas horas negar tudo que tínhamos passado para chegar até ali. Lhes garanto não foi pouco. Mas haverão oportunidades para detalhes.

Mariana mudou para o Rio e depois de dois anos, acompanhou sua família para Dinamarca onde seu marido conquistava uma brilhante carreira. Foi quando como muito de nós brasileiros, ela já não se adaptou com tanta facilidade a frieza literal de uma vida overseas o que somados ao desgaste de qualquer relação após 10 anos acabou na sua separação.

Enquanto este processo duradouro e doloroso se desenrola estamos aqui juntas, segurando a barra uma da outra. Eu que depois de morar sozinha durante quase 10 anos, estava passando a impossível experiência de ter minha mãe morando comigo. Também pronta ao divórcio desta inviável situação dei graças a Deus quando alguém surgiu para me ajudar a organizar de novo uma nova casa, uma nova geladeira, um novo fogão, e tudo mais que já comprei mais de mil vezes na vida, toda vez que me deu a louca e resolvi me mudar.

Tem sido um incrível aprendizado, estou tendo que reaprender a viver em sociedade, já que Thomas e Tobias, filhos de Mariana e afilhados adorados, personificam uma gama inteira de personalidades que se desenvolvem e amadurecem dia após dia, tornando nossa convivência surpreendentemente INTERESSANTE, haja visto, o meu total desinteresse por crianças no passado, exceto pelo meu sobrinho Kim.

Enfim, são tantas histórias pra relembrar, histórias que precisam ser eternizadas em detalhes (aqueles cabíveis aqui).
Este blog também tem a intenção de desabafar, já que acaba ficando entre nós duas aqueles comentários que antes acabávamos discutindo com tantas outras pessoas e amigos que repartiram a nossa convivência.
Sempre me pareceu estranho esta nossa necessidade intrínseca de validar nossas percepções colocando-as à mercê do parecer alheio. De fato isto se faz verdade e a invenção dos blogs é a sua grande prova.
Uma das raras vantagens de chegar aos 30 é se permitir agir em conformidade com a maioria, então aqui estamos nós entrando na onda dos blogs.

Tomara que seja tão interessante quanto agora nos parece.